Cisterna-enxurrada foi inaugurada pela Petrobras em Areia Branca, no Rio Grande do Norte, no meio do ano
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Alvo da pior seca já registrada na história, segundo o governo da Bahia, os municípios do Semiárido vivem sérios problemas de acesso à água há pelo menos três anos. Para amenizar o impacto da longa estiagem, o uso da tecnologia adequada é essencial.
A implantação de cada tipo de cisterna, barragem ou barreiro depende das condições de cada município. Para a construção das mesmas são aliadas políticas públicas governamentais e ação de empresas, como a Petrobras, que possuem programas voltados à Responsabilidade Social Empresarial (RSE) com foco no Semiárido.
Inaugurado este ano pela estatal, em pleno Semiárido do Rio Grande do Norte, o programa Uma Terra Duas Águas é voltado para ampliar a oferta de água para famílias que sofrem com a falta deste recurso, utilizando as tecnologias adequadas. O programa também tem atuação na Bahia e em mais sete estados.
O projeto, patrocinado pela Petrobras e desenvolvido pela Associação Um Milhão de Cisternas Rurais para o Semiárido Brasileiro (AP1MC), tem o objetivo de construir 20 mil sistemas de captação e armazenamento de água da chuva em 210 municípios do Semiárido. O apoio à iniciativa integra um conjunto de ações para enfrentamento da estiagem.
Na Bahia, 51 municípios serão contemplados com os diferentes sistemas. Entre eles: Brumado, Caetité, Conceição do Coité, Guanambi, Irecê, Juazeiro, Maracás, Morro do Chapéu, Paripiranga, Santaluz, entre outros. Serão 99 cisternas por município.
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Tecnologias
O programa abarca quatro diferentes tipos de tecnologias. São elas a cisterna-calçadão, que capta a água de chuva por meio de um calçadão de cimento; a cisterna-enxurrada, utilizada para potencializar roçados, irrigar plantas frutíferas, além da criação animal; a barragem subterrânea, utilizada para possibilitar o plantio durante o ano inteiro; e a barreiro-trincheira, uma escavação de trincheiras estreitas (detalhes na ilustração desta página).
A implantação dos sistemas permitirá que as famílias utilizem a água para a produção de alimentos e a criação de animais, mesmo na época da estiagem do Semiárido. Além disto, as famílias serão capacitadas para a construção de bancos de sementes e plantio de mudas. O objetivo é promover o desenvolvimento rural, estimular a geração de renda e garantir a segurança alimentar de 20 mil famílias de agricultores.
Investimento
A Petrobras investirá R$ 200 milhões, no período de 12 meses contados a partir de julho deste ano. Cerca de 60% dos municípios beneficiados estão na área de influência do Sistema Petrobras. A região é considerada estratégica para a companhia, que tem ampliado continuamente sua presença no Nordeste e no Semiárido.
Hoje, a região tem unidades de exploração e produção, refino, usinas de biodiesel, fábricas de lubrificantes e de fertilizantes, além de redes de dutos, gasodutos e postos de combustíveis. O gerente de Responsabilidade Social da Petrobras, Armando Tripodi, destaca que o uso das tecnologias para promover o desenvolvimento produtivo no Semiárido não ocorre só através da entrega das cisternas.
“As famílias também são capacitadas no uso racional da água e no manejo de sementes e criação de pequenos animais necessários para a sobrevivência”, explica. O projeto também viabiliza a capacitação de mão de obra. “Estas ações colaboram para a fixação das famílias no Semiárido brasileiro”, concluiu Tripodi. Informações Correio24hs