Por Francis Juliano
Se o número de estupros no país, divulgado nesta terça-feira (5), é alarmante – com 50.617 casos em 2012, o que supera o total de homicídios dolosos no mesmo período, 47.136 –, a retaguarda para atendimentos a vítimas também é preocupante. Segundo o Ministério da Saúde, existem apenas 65 serviços específicos para abortos legais no país, e nenhum deles está na Bahia. De acordo com a assessoria da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), os procedimentos são feitos mediante autorização judicial em qualquer maternidade do estado, porém não há centros específicos para os atendimentos. Pesquisa do 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) registrou 2.511 estupros no estado em 2012 contra 2.068 em 2011, aumento de 20,4% no período.
Os dados do Fórum revelam que os serviços de atendimento ao aborto legal também são mal distribuídos no território nacional. No estado de Roraima, que obteve a maior média de estupros por cem mil habitantes (52,2), por exemplo, também não existe nenhum centro. Em Minas Gerais, com uma das taxas mais baixas (10,1), contam dez. São Paulo, estado com mais mulheres violentadas (12.886), tem cinco. No Rio de Janeiro, segundo colocado em mulheres vitimadas por estupro (5.923), existe apenas um. A taxa de mulheres que engravidam após a violência é de 6%. Como efeito do problema, a presidente Dilma Rousseff anunciou pelo Twitter, também na terça, o lançamento do programa Casa da Mulher, como parte do plano de combate à violência de gênero. Informações Bahia Noticias
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