Setor turístico aponta avanços na cooperação com o poder público, mas cobra melhorias urgentes na estrutura e políticas da área
Profissionais do turismo em Andaraí, um dos destinos mais encantadores da Chapada Diamantina, vêm expressando preocupações com a estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo. A principal crítica está na falta de fortalecimento da pasta, especialmente após a desvinculação da organização de eventos festivos, considerada um retrocesso por quem atua diretamente na cadeia turística.
Além disso, houve impasses na escolha de um nome para assumir a gestão da secretaria, o que gerou insegurança entre os trabalhadores do setor. Apesar disso, o cenário não é totalmente negativo. Muitos profissionais reconhecem avanços na aproximação entre o poder público local – incluindo vereadores e a prefeitura – e o trade turístico de Andaraí, em iniciativas de diálogo e cooperação que sinalizam uma possível virada.
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Plano Emergencial no Parque Rota das Cachoeiras marca avanço conjunto
Um dos destaques positivos citados pelos condutores e guias locais foi a criação do Plano Emergencial de Uso Público do Parque Rota das Cachoeiras, viabilizado por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O plano prevê ações como a reabilitação de trilhas e acessos do parque, em uma construção conjunta com a gestão municipal.
A proposta também contou com a articulação do presidente da Câmara Municipal de Vereadores junto ao Ministério Público Ambiental da Chapada Diamantina, demonstrando um esforço coletivo para fortalecer o turismo com responsabilidade ambiental. Atualmente, a Associação de Condutores de Visitantes de Andaraí (ACVA) segue mobilizada, junto à prefeitura, para garantir a manutenção adequada das trilhas.
Combate a incêndios florestais também é pauta urgente
Em paralelo às ações positivas, há cobranças importantes em áreas que seguem sem solução. Os Combatentes de Incêndios Florestais de Andaraí (Cifa) exigem a criação de um Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais para a unidade de conservação da região.
Segundo os combatentes, a área tem histórico de queimadas graves e carece de um plano estruturado que minimize riscos e preserve os ecossistemas locais. Na última reunião com representantes da Câmara Municipal – que contou com a presença do ex-prefeito Wilson Cardoso – guias e condutores também reforçaram o pedido por medidas concretas para ordenar e impulsionar a atividade turística, que ainda vive um contexto de instabilidade.
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Principais reivindicações do setor turístico de Andaraí
Os profissionais do turismo listaram uma série de demandas fundamentais para o desenvolvimento sustentável da atividade em Andaraí. Entre os principais pontos estão:
- Reconhecimento e implementação do plano de ação da ACVA, entregue em julho de 2017;
- Preservação do Centro Histórico, com ações de conservação e valorização;
- Tombamento das Trilhas Garimpeiras como patrimônio histórico e cultural;
- Medidas de controle e combate à poluição sonora no município;
- Criação de um Centro de Informações Turísticas com estrutura adequada;
- Melhoria na conectividade do transporte rodoviário, especialmente na Estação de Transbordo;
- Instituição do Monumento Natural da Rosinha;
- Implantação de sinalização turística eficiente e capacitação contínua para os guias locais.
Turismo precisa de ação para garantir futuro promissor
Enquanto essas reivindicações seguem sem respostas efetivas, cresce entre os trabalhadores do turismo um sentimento de incerteza quanto ao futuro da atividade. A falta de investimentos e políticas claras coloca em risco não apenas a preservação dos atrativos naturais e culturais da região, mas também a geração de renda para famílias que dependem diretamente do turismo.
O recado dos condutores e guias de Andaraí é claro: o turismo precisa deixar de ser apenas uma pauta de discurso e passar a ser tratado como prioridade estratégica, com estrutura, diálogo e ações práticas.