Regiões de Morro Branco e Barro Branco são as mais preocupantes, enquanto investigações apontam causas criminosas
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| Foto: Açony Santos |
A Chapada Diamantina enfrenta mais uma vez o drama das queimadas, com incêndios intensos que atingem áreas de preservação ambiental e de difícil combate. Entre os focos mais críticos está a região de Morro Branco, no município de Lençóis, onde a geografia do terreno — marcada por cânions profundos e formações rochosas com fendas estreitas — torna o acesso extremamente desafiador para as equipes de combate ao fogo.
Segundo informações do secretário estadual de Meio Ambiente, Spengler, alguns focos de incêndio se escondem dentro das fendas nas rochas, o que dificulta até mesmo a ação dos aviões-tanque. “Em certos pontos, os jatos d’água não conseguem alcançar as chamas”, afirmou o secretário.
Barro Branco também preocupa, mas apresenta sinais de controle
Outra área afetada é a região de Barro Branco, também em Lençóis. Apesar da intensidade das chamas e da dificuldade de acesso, a situação está sendo monitorada constantemente. Já é possível observar sinais de rescaldo, o que indica um avanço no controle do fogo, ainda que o alerta permaneça.
BR-242: foco recorrente de incêndios suspeitos
Ao longo da rodovia BR-242, que corta parte da Chapada Diamantina, surgem constantemente novos focos de incêndio, especialmente no fim das tardes e início das noites. Esses incêndios estão sob vigilância contínua da Polícia Ambiental, PRF e brigadistas voluntários.
De acordo com as autoridades, muitos desses focos têm indícios de origem criminosa. Quando detectados, equipes são imediatamente deslocadas e conseguem, em grande parte dos casos, extinguir as chamas rapidamente.
APA Marimbus: ação rápida evita desastre maior
Na manhã da segunda-feira (23), um novo foco surgiu na Área de Proteção Ambiental (APA) Marimbus, dentro da Fazenda Santa Helena. Graças à resposta rápida das equipes de combate, o fogo foi controlado ainda durante a tarde do mesmo dia e a região entrou em fase de rescaldo. Também há indícios de que este incêndio tenha sido provocado de forma intencional.
Fogo em Mucugê: extensão de 30 km e prisão em flagrante
No domingo (22), o município de Mucugê também sofreu com um incêndio de grandes proporções. As chamas se espalharam por cerca de 30 km antes de serem controladas por bombeiros e brigadistas, conforme informou a secretária do Meio Ambiente local, Meirilan Aline Santos Machado.
No sábado (21), um suspeito foi preso em flagrante por atear fogo intencionalmente em uma área do município, reforçando os indícios de ação criminosa.
Jacobina e Pindobaçu: chuva ajudou no combate
Fora da Chapada, nos municípios de Jacobina e Pindobaçu, localizados na região Centro-Norte da Bahia, os incêndios foram controlados no sábado (21) graças à ocorrência de chuvas, que ajudaram significativamente os brigadistas. Um avião do Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) também foi enviado para apoiar as operações.
Investigação em andamento: punição aos responsáveis
A Polícia Civil já iniciou uma investigação para identificar os responsáveis pelos incêndios na Chapada Diamantina. Segundo o secretário Spengler, a intenção é comprovar a origem criminosa dos focos e responsabilizar os autores com base em crimes ambientais e civis.
Assim que as investigações forem concluídas, será encaminhada uma denúncia ao Ministério Público, com pedido de punição exemplar aos envolvidos. “É inacreditável que alguém, em plena consciência, provoque incêndios em uma região tão rica em natureza, cultura e espiritualidade como a Chapada Diamantina”, desabafa Spengler.
Por que isso importa?
Além do impacto ambiental devastador, os incêndios ameaçam o ecoturismo, a biodiversidade e a segurança das comunidades locais. A Chapada Diamantina é um dos principais destinos turísticos do Brasil e sua conservação depende do engajamento de todos.
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