A criação do Parque Natural Municipal Rota das Cachoeiras, em Andaraí, gerou debates intensos entre ambientalistas, guias turísticos e a administração pública. Localizado na região sudeste do Parque Nacional da Chapada Diamantina, o projeto, que promete impulsionar o turismo e proteger áreas de grande valor ambiental, ainda enfrenta entraves legais e críticas sobre sua execução.
O que diz a prefeitura de Andaraí?
A Prefeitura de Andaraí, por meio de nota oficial, respondeu às críticas feitas por ativistas e apoiadores do turismo na região, que consideraram a gestão do prefeito João Lúcio Carneiro (PSD) como "inoperante" diante do avanço lento do projeto.
Segundo a administração municipal, a lentidão não é fruto de omissão, mas sim do cumprimento de etapas legais obrigatórias para a efetivação do parque. O principal entrave seria a ausência do Plano de Manejo, documento essencial que define diretrizes de uso, acesso e preservação ambiental dentro da área protegida.
“O parque foi validado pelo Ministério do Meio Ambiente apenas em 8 de janeiro de 2019, o que permitiu iniciar o processo para captação de recursos públicos voltados à elaboração do plano de manejo, estimado em mais de R$ 500 mil”, explicou a prefeitura.
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Reuniões e articulações em busca de recursos
Para viabilizar o plano, o prefeito João Lúcio — que integra o Conselho Estadual de Meio Ambiente — afirmou já ter solicitado dotação orçamentária específica. Ainda segundo a nota, ele tem encontro marcado com o novo Secretário Estadual de Meio Ambiente no dia 24 de abril, com o objetivo de negociar o uso de recursos de compensação ambiental para dar andamento ao projeto.
Essa etapa é considerada decisiva para que o Parque Natural Rota das Cachoeiras saia do papel e comece a receber investimentos estruturantes.
Trilhas interditadas e estradas esquecidas?
Um dos principais pontos de crítica por parte de guias locais e ambientalistas é a falta de manutenção em trilhas e vias de acesso que antes eram utilizadas por turistas. A prefeitura, no entanto, explicou que nenhuma intervenção pode ser feita sem a existência do plano de manejo.
“Esse documento determina o que pode e o que não pode acontecer dentro do parque. Ele define, por exemplo, quais trilhas poderão ser abertas, a capacidade de visitantes e o nível de intervenção permitido, tudo visando à preservação da biodiversidade e o uso sustentável do espaço”, ressaltou o comunicado oficial.
Acusações de falta de diálogo são negadas
A publicação original no Jornal da Chapada também trouxe à tona reclamações de que a gestão municipal estaria ignorando contribuições de entidades como universidades, ICMBio e associações locais. A prefeitura rebateu as alegações e afirmou que mantém canais abertos para diálogo com os diversos setores envolvidos.
“O ICMBio não elabora planos de manejo para parques municipais e sequer foi consultado conforme sugere a reportagem. Inclusive, o presidente da ACVA nos afirmou que as informações divulgadas não têm caráter oficial”, destacou a nota.
Além disso, foi informado que o Conselho Municipal de Turismo (Contur) foi reativado em novembro, com o objetivo de promover debates com o trade turístico e tornar o processo mais participativo. “Todos os conselheiros estão cientes das etapas legais e das limitações atuais do projeto”, concluiu a prefeitura.
E agora? O que esperar do Parque Rota das Cachoeiras?
Ainda há um caminho a ser percorrido para que o Parque Natural Municipal Rota das Cachoeiras se torne uma realidade consolidada. A expectativa dos moradores, guias e amantes da Chapada Diamantina é de que os trâmites avancem com mais agilidade e transparência, para que Andaraí possa contar com mais um importante atrativo turístico e ambiental.
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