Brigadistas, voluntários e órgãos ambientais atuam lado a lado para proteger o Parque Nacional da Chapada Diamantina
Por 12 dias consecutivos, a união e a determinação de brigadistas e voluntários foram essenciais para conter um incêndio florestal de grandes proporções que atingiu a região da Chapadinha, no sul do Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD). Aproximadamente mil hectares de vegetação nativa foram consumidos pelas chamas, mas o esforço coletivo evitou que o prejuízo ambiental fosse ainda maior.
Mobilização exemplar para defender a natureza
De acordo com Soraya Martins, chefe do Parque Nacional da Chapada Diamantina, o verdadeiro protagonismo no combate ao fogo foi dos brigadistas. “Todos os dias tivemos cerca de 30 voluntários e 50 brigadistas contratados pelo Ibama e ICMBio”, destaca. O PNCD, por sua vez, foi responsável pela coordenação estratégica e por garantir toda a logística de transporte e suprimentos.
A mobilização local impressionou até mesmo os profissionais mais experientes. Voluntários vieram de diferentes municípios do entorno – alguns encarando viagens de mais de três horas, além de longas caminhadas por trilhas de difícil acesso, para chegar ao foco do incêndio.
Uma luta movida por amor à Chapada
Entre os combatentes estava Cid, brigadista da Brigada Carcará (Palmeiras) e membro do ICMBio, que passou dez dias ininterruptos na linha de frente. Ele conta que sua motivação vem do amor à natureza:
“Defendo as nascentes, os animais e o futuro das novas gerações. Cresci admirando o Parque e me sinto feliz em poder protegê-lo.”
Já Augusto Galinares, presidente da Brigada de Resgate Ambiental de Lençóis (BRAL), afirma que sua motivação vem da vontade de cuidar do lugar onde vive:
“É minha forma de preservar o meio ambiente e um motivo de orgulho pessoal.”
Apesar da presença de brigadas contratadas, ele reforça que o combate a incêndios florestais exige reforço constante:
“O trabalho é exaustivo. Em grandes ocorrências, é inevitável mobilizar mais pessoas para ajudar.”
Menos focos, mais consciência
O trabalho conjunto das brigadas tem gerado resultados positivos ao longo dos anos. Segundo Luiz Coslope, gerente de fogo do PNCD, a redução no número de focos é significativa:
“Em 2002, registramos 250 focos de incêndio. No ano passado, foram cerca de 30. A atuação integrada de voluntários e profissionais tem feito a diferença.”
Essa mudança também está ligada a uma transformação na mentalidade das comunidades locais. Conforme destaca Soraya Martins:
“As comunidades não toleram mais práticas que coloquem a Chapada em risco. Os brigadistas têm papel essencial nessa nova consciência coletiva.”
Missão cumprida e gratidão coletiva
Além do combate direto ao fogo, os voluntários também contribuíram com ações de apoio, como transporte, manutenção de veículos e suporte logístico. O incêndio foi totalmente controlado no dia 31 de outubro e, após 72 horas de monitoramento, foi declarado extinto.
“O clima é de missão cumprida!”, comemora Soraya.
A dedicação desses verdadeiros heróis da natureza é reconhecida por instituições como o ICMBio e o Ministério Público. Em 2015, o promotor regional de Meio Ambiente, Augusto Matos, já afirmava que os brigadistas são a maior força humana contra os incêndios na Chapada Diamantina.
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