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Foto: Montagem do JC/Arquivo pessoal |
Caso envolvendo prefeitura e proprietário rural levanta denúncias e mobiliza órgãos ambientais
A extração de madeira em uma área de Mata Atlântica nas proximidades do Assentamento São Roque, zona rural de Ibicoara, na Chapada Diamantina, gerou grande repercussão no município no início de 2017. A atividade, inicialmente interrompida pela prefeitura, voltou à tona após a divulgação de um vídeo que levanta suspeitas sobre a participação da própria gestão municipal no transporte da madeira retirada do local.
O conteúdo circulou por aplicativos de mensagens e mostra o ex-fiscal ambiental e presidente do Assentamento São Roque, Otaciano Santos, denunciando a movimentação de um caminhão da prefeitura carregando toras da área interditada. A gravação sugere que o material teria sido recolhido no dia 6 de abril de 2017 e parte da madeira foi utilizada na construção de uma ponte pela administração municipal.
Prefeitura e proprietário serão autuados
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente e Turismo, Luiz Pimenta, tanto o dono da propriedade quanto a própria prefeitura serão penalizados pela infração. “A Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) tem feito rondas frequentes na região. Já notificamos outros moradores que também estavam realizando extração ilegal de madeira”, declarou o secretário em entrevista à imprensa.
Pimenta informou ainda que está reunindo provas para responsabilizar pessoas que compraram madeira clandestina no município. A iniciativa visa combater o comércio ilegal e preservar os remanescentes da Mata Atlântica local.
Denúncias expõem tratamento desigual, diz ex-fiscal
Em sua denúncia, Otaciano Santos critica a postura do poder público, que segundo ele, adota uma conduta mais rigorosa com pequenos produtores, mas age com leniência em casos envolvendo interesses maiores. “É uma situação que precisa ser denunciada. Quando se trata de pequenos agricultores, a prefeitura age de forma firme, mas com os grandes, o tratamento é diferente”, afirma Santos no vídeo.
As imagens gravadas mostram máquinas trabalhando na extração de madeira dentro da área rural, o que reforça as suspeitas de ação irregular e levanta preocupações ambientais.
Órgãos ambientais acompanham o caso
Diante das denúncias, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão do Parque Nacional da Chapada Diamantina, e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), foram acionados para acompanhar o caso e investigar possíveis responsabilidades.
Até o fechamento desta matéria, representantes dos órgãos ambientais não haviam se pronunciado ou retornado os contatos da imprensa.
🌱 Entenda por que isso importa
A extração ilegal de madeira ameaça diretamente os ecossistemas da Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos e ao mesmo tempo mais ameaçados do Brasil. Casos como esse mostram a importância da fiscalização ambiental e da atuação consciente tanto por parte dos órgãos públicos quanto dos moradores da região.
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