Homem é preso por tentativa de incêndio em Mucugê e Chapada Diamantina enfrenta situação crítica

Homem é preso por tentativa de incêndio em Mucugê e Chapada Diamantina enfrenta situação crítica

Por Rodrigo Anjos

Ação humana provoca mais um incêndio na Chapada Diamantina e autoridades intensificam combate ao fogo


Fogo continua em pontos da Chapada Diamantina | Foto: Dimitri Argolo

A Chapada Diamantina voltou a ser cenário de incêndios florestais, e mais uma vez a ação humana está no centro do problema. Na última sexta-feira (13), um homem foi preso em flagrante ao tentar atear fogo em uma área de vegetação no município de Mucugê. Identificado como Gildásio Miranda Silva, ele foi detido pela Polícia Militar e encaminhado para a 13ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), em Seabra, onde permanece preso.


Segundo o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), 99% dos focos de incêndio registrados na Chapada têm origem em atividades humanas. A informação foi confirmada por Fabíola Cotrim, coordenadora de Fiscalização Preventiva do Inema e especialista em perícias de incêndios florestais. “Atualmente, quatro peritos estão atuando diretamente na investigação das causas dos incêndios e na identificação dos responsáveis”, destacou Fabíola.


Governo do Estado acompanha situação de perto

Preocupado com a gravidade do cenário, o secretário estadual do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, se deslocou até a região no sábado (14), acompanhado do comandante do Corpo de Bombeiros, Francisco Telles. A visita teve como objetivo acompanhar os trabalhos de contenção das chamas e dialogar com prefeitos das cidades atingidas sobre estratégias emergenciais de combate ao fogo.


“A situação é extremamente delicada. Há diversos focos ativos e levaremos dias para conseguir controlar completamente as chamas”, afirmou Spengler. As áreas mais afetadas incluem sete localidades, entre elas:

  • APA Marimbus – Iraquara, em Lençóis
  • Campo São João, dentro do Parque Nacional
  • Morro Branco, no Vale do Capão
  • Povoado do Correia, em Mucugê

Nesses locais, o fogo ainda se espalha rapidamente, impulsionado pelo calor intenso, acúmulo de vegetação seca e ventos que mudam de direção constantemente — fatores que dificultam as ações de contenção direta.


Aceiros e reforço no combate

Durante a reunião com representantes municipais, foi decidido que serão criadas barreiras naturais — conhecidas como aceiros — nas regiões mais comprometidas. Os aceiros consistem na remoção de faixas de vegetação ao redor das áreas incendiadas, com o objetivo de impedir o avanço do fogo.


“É uma medida eficaz. Retiramos a vegetação em um perímetro seguro, criando um espaço vazio onde o fogo não consegue se espalhar”, explicou o secretário. A construção dos aceiros teve início ainda na tarde de sábado, sob a supervisão do Corpo de Bombeiros.


Atualmente, 68 pessoas — entre bombeiros, brigadistas e voluntários — participam da operação de combate. O trabalho em solo está sendo reforçado por quatro aeronaves Air Tractor e dois helicópteros que realizam lançamentos de água nas áreas mais críticas.


Uma luta constante pela preservação

O cenário reforça a necessidade urgente de ações preventivas, fiscalização rigorosa e conscientização ambiental. A Chapada Diamantina é uma das regiões mais belas e biodiversas do Brasil, e sua preservação depende do esforço conjunto de autoridades, moradores e visitantes.


Se você ama a natureza, ajude a protegê-la. Evite práticas de risco, denuncie ações suspeitas e compartilhe informações sobre a importância da conservação ambiental.


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