Queimadas colocam em risco fauna, flora e recursos hídricos da região
Um incêndio de grandes proporções tem castigado a Chapada Diamantina, na Bahia, atingindo uma área estimada em mais de dois mil hectares. A informação foi divulgada pelo secretário estadual do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, que alertou para os impactos ambientais severos causados pelo fogo. “Estamos lidando com uma região ambientalmente muito sensível, com perda significativa de vegetação e animais silvestres”, explicou em entrevista concedida na manhã desta segunda-feira (16).
Cidades mais afetadas
Os focos de incêndio se concentram, principalmente, nos municípios de Lençóis e Palmeiras, dois dos destinos mais procurados por turistas na região. Atualmente, 105 profissionais atuam no combate às chamas, sendo 53 bombeiros militares e 52 brigadistas voluntários da Chapada, que se dividem entre diversas frentes de trabalho.
Para reforçar a operação, seis aeronaves já estão em ação – quatro disponibilizadas pelo Governo da Bahia e duas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – além de dois helicópteros para apoio aéreo. A chegada de dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) está prevista ainda para esta segunda-feira.
Áreas controladas e pontos críticos
Segundo o secretário, algumas áreas já apresentam controle parcial das chamas, como o Morro do Pai Inácio, o acesso ao Vale do Capão e regiões próximas à BR-242. “Esses pontos estão sob controle, sem risco direto a residências. No entanto, é essencial manter o monitoramento constante, pois o fogo pode voltar a qualquer momento”, destacou Spengler.
Ainda assim, áreas como Mucugezinho, entre Lençóis e Palmeiras, e Barro Branco permanecem em estado crítico. O fogo também afetou nascentes de rios, comprometendo a qualidade da água que abastece comunidades locais.
Condições climáticas ajudam no combate
Em comunicado oficial, o ICMBio informou que o clima nesta segunda-feira se mostrou mais favorável para o combate às queimadas. A presença de nebulosidade, aumento da umidade relativa do ar e da pressão atmosférica indica a possível aproximação do período chuvoso, o que pode contribuir para o controle natural do fogo.
Apesar disso, o chefe interino do Parque Nacional da Chapada Diamantina, Cezar Gonçalves, fez um apelo para que a população evite se voluntariar nas áreas de combate sem o devido preparo. “Reconhecemos a boa intenção, mas é uma operação de risco que exige treinamento e Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados”, ressaltou.
Gonçalves sugeriu que quem deseja ajudar, pode contribuir de outras formas, como doando lanternas de cabeça ao ICMBio ou oferecendo suporte logístico às brigadas atuantes.
Ameaça aos mananciais e povoados
Em Lençóis, o secretário municipal de Meio Ambiente, Andrés Iglesias, informou que o fogo avança na direção do córrego do rio Mandassaia, responsável pelo abastecimento de água do município. “A situação está sob controle no momento, com 40 homens em campo e plano de evacuação preparado, se necessário”, garantiu.
Já em Palmeiras, o cenário é preocupante. De acordo com o secretário de Meio Ambiente local, Aruanã de Lucas, há cerca de 10 km de linhas de fogo ativas na região. “Alguns focos chegaram perto de casas e povoados mais isolados. Priorizamos essas áreas e, mesmo com todos os esforços, estamos sofrendo bastante com a fumaça. O clima está muito seco, e a população anseia pela chegada da chuva”, relatou.
Como você pode ajudar?
A Chapada Diamantina é um patrimônio natural do Brasil, e proteger esse paraíso é um esforço coletivo. Se você deseja contribuir, considere doar equipamentos para brigadistas, oferecer apoio logístico, ou divulgar informações confiáveis sobre o incêndio.
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Planeje sua visita de forma consciente, respeitando os avisos das autoridades ambientais.