Incêndios na Chapada Diamantina: situação estável, mas impactos ambientais preocupam

Incêndios na Chapada Diamantina: situação estável, mas impactos ambientais preocupam

Por Rodrigo Anjos

Focos persistem em áreas críticas mesmo com controle das chamas


Foto: Divulgação ICMBio

Apesar de ainda haver focos de incêndio ativos na Chapada Diamantina, na Bahia, a situação é considerada sob controle pelas autoridades ambientais. A informação foi confirmada pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema), que monitora a evolução do fogo em diversas localidades da região.


Segundo a Sema, seis focos permanecem ativos — três dentro dos limites do Parque Nacional da Chapada Diamantina, nas áreas de Morro Branco, Barro Branco e na comunidade de São João. Os demais estão fora do parque, incluindo os municípios de Mucugê, Seabra e uma região crítica entre Jacobina e Pindobaçu.


Foco de preocupação: Vale do Capão e Rio Mucugezinho

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão do parque nacional, divulgou no dia 19 de novembro que há três focos relevantes de incêndio na região. Entre eles, o mais desafiador é o que atinge o Vale do Capão, onde o acesso difícil dificulta o trabalho das equipes.


Outro ponto de atenção está na direção do Rio Mucugezinho, também dentro da área protegida. Fora dos limites do parque, em Mucugê, o ICMBio também identificou um foco ativo.


Esforço conjunto no combate ao fogo

A estrutura montada para enfrentar o incêndio é robusta: são 11 aeronaves (sete aviões e quatro helicópteros), 76 bombeiros militares e brigadistas voluntários atuando diariamente no combate às chamas. De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente, Eugênio Spengler, a atuação intensa tem permitido conter os focos e evitar a expansão do fogo para novas áreas.


“Mesmo com novos focos surgindo, temos conseguido impedir que eles avancem significativamente”, explicou o secretário em entrevista concedida ao G1 na manhã de quinta-feira (19).


A Força Aérea Brasileira (FAB) também está engajada na operação desde o dia 18 de novembro. Só no primeiro dia de apoio, aeronaves da FAB lançaram 48 mil litros de água em quatro voos sobre áreas críticas em Morro Branco e Mucugê.


Área queimada chega a 30 mil hectares

O mais recente levantamento feito com tecnologia de georreferenciamento pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) aponta que cerca de 30 mil hectares já foram atingidos pelas chamas — um aumento expressivo em relação aos 15 mil hectares estimados no dia anterior.


Essas áreas englobam não apenas zonas dentro do parque, mas também regiões ao redor, ampliando o impacto do desastre.


Danos ambientais são incalculáveis

Os prejuízos ambientais causados pelos incêndios são severos e, em muitos casos, irreversíveis. A avaliação é do próprio secretário Eugênio Spengler, que destaca a gravidade da situação: “As perdas são muito grandes. Talvez não se possa superar”.


As chamas foram detectadas pela primeira vez no dia 12 de novembro e já devastaram ecossistemas nos municípios de Andaraí, Ibicoara, Itaetê, Lençóis, Mucugê e Palmeiras. Entre os principais danos estão:

  • Queima de vegetação nativa e orquídeas
  • Morte de animais silvestres
  • Comprometimento de nascentes e mananciais
  • Impacto direto no Rio Paraguaçu, vital para o abastecimento de Salvador e Feira de Santana


A Chapada Diamantina em alerta

Reconhecida como o “coração da Bahia” pela Bahiatursa, a Chapada Diamantina é uma das regiões mais importantes para o ecoturismo e preservação ambiental do estado. Mesmo sendo uma área protegida e vital para a biodiversidade, os recentes incêndios demonstram sua vulnerabilidade frente às ações humanas e mudanças climáticas.


A expectativa agora é que os focos remanescentes sejam completamente extintos nos próximos dias, com o apoio das brigadas, aeronaves e voluntários locais.


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