Brasil lidera ranking global de assassinatos de ativistas ambientais pelo 4º ano seguido

Brasil lidera ranking global de assassinatos de ativistas ambientais pelo 4º ano seguido

Por Rodrigo Anjos

Relatório denuncia impunidade e revela realidade alarmante nas zonas de conflito agrário e ambiental


Um relatório alarmante divulgado pela ONG internacional Global Witness revelou que o Brasil permanece, pelo quarto ano consecutivo, no topo da lista mundial de assassinatos de ativistas ambientais e defensores de causas agrárias. O documento, publicado na segunda-feira (20), destaca a crescente violência ligada a disputas de terra no país.


Somente em 2014, foram registrados 29 assassinatos de líderes comunitários e militantes ambientais brasileiros. Desses, 26 mortes estavam diretamente relacionadas a conflitos fundiários. Entre as vítimas, quatro eram indígenas, o que evidencia a vulnerabilidade dessas populações diante das disputas por território.


Brasil supera Colômbia, Filipinas e Honduras

Segundo dados da ONG, o Brasil ultrapassa países como:

  • Colômbia: 25 mortes em 2014
  • Filipinas: 15 mortes
  • Honduras: 12 mortes

Desde 2002, o número de ativistas ambientais e agrários assassinados no Brasil chegou a 477, segundo a Global Witness. A organização acredita, no entanto, que esse número pode ser ainda maior, já que muitos casos deixam de ser oficialmente registrados ou não recebem a devida investigação.


A impunidade e a invisibilidade do problema

O relatório aponta a impunidade como o principal fator para a continuidade da violência contra defensores ambientais. Além disso, a falta de cobertura midiática e o difícil acesso a essas comunidades contribuem para a invisibilidade da crise.


"Essa é uma crise oculta que está escapando da opinião pública, primeiro porque não é monitorada de forma adequada pelos governos, e também porque muitos ativistas vivem em comunidades pobres e remotas, com acesso limitado aos meios de comunicação e à mídia", afirma o relatório da Global Witness.

 

Governo se pronuncia e reforça compromisso com reforma agrária

Em resposta à escalada da violência, o então ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, visitou uma das áreas de conflito na sexta-feira (17). Durante a visita, ele reafirmou o compromisso do governo federal com a reforma agrária e a pacificação das zonas rurais:


“Vamos assentar todas as famílias acampadas no Brasil e transformar nossos assentamentos em espaços de vida”, declarou o ministro.

 

Reflexões sobre a urgência de ações efetivas

Os dados reforçam a necessidade urgente de políticas públicas voltadas à proteção dos defensores do meio ambiente e dos direitos à terra, principalmente em regiões onde a disputa por território é intensa.


Além disso, o caso do Brasil serve como alerta global: sem responsabilização, fiscalização efetiva e apoio às comunidades vulneráveis, a luta pela terra e pelo meio ambiente continuará sendo marcada por sangue e silenciamento.



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