Centro Cultural Irmandade da Boa Morte é reinaugurado em Cachoeira - Ibicoara de Todos

Centro Cultural Irmandade da Boa Morte é reinaugurado em Cachoeira

Para auxiliar na preservação da cultura afro-brasileira na Bahia e valorizar a tradição no município de Cachoeira, o Governo do Estado, por meio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), vinculado à Secretaria de Cultura (Secult), reformou, restaurou e adaptou o Centro Cultural da Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte, no município localizado no Recôncavo.

(Foto: Manu Dias/GOVBA)
O governador Jaques Wagner reinaugurou o equipamento cultural nesta sexta-feira (15) - data que é o ponto alto da Festa de Nossa Senhora da Boa Morte na cidade -, acompanhado da primeira dama e presidente das Voluntárias Sociais da Bahia, Fátima Mendonça, e dos secretários estaduais de Cultura, Albino Rubim, de Promoção da Igualdade Racial, Raimundo Nascimento, e de Políticas para as Mulheres, Vera Lúcia Barbosa. 

Wagner, que foi recebido por 19 mulheres integrantes da Irmandade, destacou durante discurso a importância de manter viva a história do Recôncavo, que para ele se mescla com a história da Bahia e do Brasil. "O povo que não preserva a sua tradição, não sabe escolher seu futuro. A motivação para fazer a melhoria aqui se deve à Irmandade. Temos que dar condições para que elas possam continuar preservando essa tradição". Na ocasião também foi realizado o lançamento do selo dos correios em homenagem à Irmandade.

Além da capela, quem visita o local, que dispõe de quatro pavimentos climatizados e itens de acessibilidade, como rampas e um elevador, tem a possibilidade de rever trajes já utilizados em procissões e festas, e ainda uma galeria de fotos. As obras duraram cerca de um ano e receberam recursos estaduais da ordem de R$ 900 mil.

Comodidade 

A entrega do equipamento cultural fez parte da programação da tradicional Festa da Boa Morte. Dividido em quatro pavimentos e uma capela, o espaço tem escadaria que recebeu revestimento em mármore e itens de acessibilidade como rampas e um elevador. Símbolo de resistência e fé, a Irmandade da Boa Morte é composta por 23 mulheres, todas acima de 50 anos e descendentes de escravos.

“Não temos nem palavras de agradecimento pelo trabalho que foi feito para a gente. Somos uma irmandade de idosas. Muitas não conseguem subir escadas. É uma felicidade imensa poder se locomover aqui [no prédio] sem precisar ser carregada”, disse dona Edite Marques de Souza, 68 anos.

Uma das mais idosas do grupo, dona Almerinda Pereira dos Santos, 81, também destacou a comodidade em transportar objetos pessoais até o dormitório, que também foi reformado e está localizado no quarto andar. “Até para subir com as malas da gente era uma dificuldade. Agora não. A gente bota ali no elevador e já sobe”. Na opinião da diretora do Ipac, Elisabete Gándara, “os aspectos de acessibilidade, conforto e a possibilidade de receber as pessoas de uma forma melhor são os pontos mais importantes”.

Turismo e pesquisa  

Cenário de momentos marcantes da história baiana e brasileira, o município de Cachoeira tem forte vocação turística. De acordo com a estudante de jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Natália Verena, o Centro Cultural da Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte, além de atrair visitantes para a cidade, servirá como fonte de pesquisa para estudantes. “Isso [a reforma] é muito importante para a universidade e também para os estudantes do ensino médio. A gente sempre procura pesquisar sobre a [festa da] Boa Morte que é uma das maiores tradições aqui do Recôncavo”.

O estudante de História, também da UFRB, Samir Júnior, registrou com o celular todo o evento, que marcou a reabertura do Centro Cultural. O universitário avaliou as intervenções como “excelentes”. Para ele, “a reforma oferece mais lazer e conforto a quem visita o espaço”. 
Informações Secom Bahia - Secretaria de Comunicação Social
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