No último domingo, o pequeno Cauã Sá dos Santos, 4 anos, deixou a casa dos pais, em Amélia Rodrigues, e viajou 61 km até Simões Filho para passar o Réveillon com a avó
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Era para ser um dia de festa, mas uma confraternização de Ano-Novo terminou com uma criança morta e outras quatro pessoas feridas, ontem de manhã, na Rua dos Desabrigados, em Ponto Parada, Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.
No último domingo, o pequeno Cauã Sá dos Santos, 4 anos, deixou a casa dos pais, em Amélia Rodrigues, e viajou 61 km até Simões Filho para passar o Réveillon com a avó, Rita Pereira de Sá, 37 anos. Primeiro filho de Tamires de Sá, filha de Rita, o menino costumava passar todas as viradas de ano na companhia da avó. “Ele ficava na casa dela frequentemente, no meio do ano, e, principalmente, em épocas de festa. A mãe dele trazia ele e deixava uns dias com a avó, que adorava”, contou uma vizinha que pediu para não ser identificada.
O Ano-Novo foi de diversão para Cauã. Segundo a avó do menino, ele aproveitou o dia 31 de dezembro. Brincou e correu com os colegas da vizinhança até ficar exausto e pegar no sono pouco depois da meia-noite. Pela manhã, os moradores da Rua dos Desabrigados resolveram dar continuidade às festividades. Compraram carne, cerveja e prepararam o som.
“Quase todos os domingos organizamos esses encontros. Hoje (ontem), fizemos uma ‘vaquinha’ e com o dinheiro compramos bebida e comida”, contou o auxiliar de limpeza Antônio Carlos Mercenia.
Crime
Segundo Antônio, cerca de 15 pessoas, entre adultos e crianças, participavam da confraternização na rua, ontem, por volta de 8h. Rita segurava o neto no colo, quando um carro entrou na rua em alta velocidade, parou próximo aos moradores e quatro homens abriram fogo. “Nessa hora foi um corre-corre só, todo mundo correu. Eu tropecei na fuga e caí”, contou Antônio, que acabou atingido nos dois pés por balas de pistola calibre 40mm.
Segundo Antônio, cerca de 15 pessoas, entre adultos e crianças, participavam da confraternização na rua, ontem, por volta de 8h. Rita segurava o neto no colo, quando um carro entrou na rua em alta velocidade, parou próximo aos moradores e quatro homens abriram fogo. “Nessa hora foi um corre-corre só, todo mundo correu. Eu tropecei na fuga e caí”, contou Antônio, que acabou atingido nos dois pés por balas de pistola calibre 40mm.
Rita não conseguiu correr a tempo e foi atingida no pé direito. Cauã não teve a mesma sorte e foi atingido com um tiro na cabeça e outros dois na perna. Além de Cauã, Rita e Antônio, foram baleados Priscila Cauane Nascimento da Paixão, 12, no joelho direito, e Raimundo Alves dos Santos, 41, no tórax. Todos foram socorridos para o Hospital Municipal Eduardo Alencar, em Simões Filho. Cauã já deu entrada sem vida. Raimundo foi transferido para o Hospital do Subúrbio, em Salvador. Os criminosos fugiram.
Choque
Ontem, a mãe do menino viajou de Amélia Rodrigues para ver o filho. Ela estava em estado de choque. Deitada em uma maca, recebendo soro e com o braço ainda sujo com manchas de sangue, Rita chorava a morte do neto. “Não entendo como alguém pode ser tão cruel para tirar a vida de uma criança, um ser inocente. Quem atirou sabia muito bem que poderia ferir crianças e outras pessoas que estavam no local. Agora, eu perdi meu neto”, afirmou. Às 12h30 de ontem, ela recebeu alta e saiu do hospital amparada por amigos e familiares.
Os moradores evitaram falar sobre a possível motivação do crime. A polícia suspeita que a ação foi motivada por disputa entre traficantes. Segundo policiais da 22ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), um traficante conhecido como Felipe comanda o tráfico na região e outro conhecido como Bafo opera o crime em uma localidade próxima, a Rua da Tijuca. Eles estão em guerra. Segundo funcionários de plantão na 22ª Delegacia (Simões Filho), o caso será apurado pelo Serviço de Investigação (SI) que volta a trabalhar hoje. Informações Correio24hs
Ontem, a mãe do menino viajou de Amélia Rodrigues para ver o filho. Ela estava em estado de choque. Deitada em uma maca, recebendo soro e com o braço ainda sujo com manchas de sangue, Rita chorava a morte do neto. “Não entendo como alguém pode ser tão cruel para tirar a vida de uma criança, um ser inocente. Quem atirou sabia muito bem que poderia ferir crianças e outras pessoas que estavam no local. Agora, eu perdi meu neto”, afirmou. Às 12h30 de ontem, ela recebeu alta e saiu do hospital amparada por amigos e familiares.
Os moradores evitaram falar sobre a possível motivação do crime. A polícia suspeita que a ação foi motivada por disputa entre traficantes. Segundo policiais da 22ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), um traficante conhecido como Felipe comanda o tráfico na região e outro conhecido como Bafo opera o crime em uma localidade próxima, a Rua da Tijuca. Eles estão em guerra. Segundo funcionários de plantão na 22ª Delegacia (Simões Filho), o caso será apurado pelo Serviço de Investigação (SI) que volta a trabalhar hoje. Informações Correio24hs