PF investiga desvio de verbas feito por servidores de prefeitura na Bahia - Ibicoara de Todos

PF investiga desvio de verbas feito por servidores de prefeitura na Bahia

Entre os alvos dos mandados estão o prefeito de Itamari, a 1ª dama, a secretária de Educação e o procurador do município

Informações Correio24horas
(Foto: Reprodução)


A Polícia Federal cumpriu cinco mandados de busca e sete mandados de medidas cautelares em duas cidades na Bahia nesta quarta-feira (23). A operação Nota Zero investiga o desvio de verbas e crimes realizados por parte dos servidores da Prefeitura Municipal de Itamari, no Sul da Bahia.
A investigação começou após os dias letivos mínimos estabelecidos pelo Ministério da Educação não serem cumpridos na cidade de Itamari, no ano de 2013. O delegado Rodrigo Kolbe, responsável pelo caso, explicou que o esquema consistia em receber a verba para os 200 dias letivos, executar menos dias e desviar o restante da verba. "Você recebe verba para 200 dias. Eles sempre cumpriam menos, o que caracteriza desvio de verbas", disse.  A investigação revelou ainda que Itamari não cumpriu os 200 dias letivos em nenhum dos anos, desde 2012.
Entre os alvos dos mandados que estão sendo cumpridos no município estão o prefeito da cidade, Valter Andrade da Silva Junior, conhecido como Nego (PCdoB), a primeira-dama, a secretária de Educação e o chefe do Setor de Recursos Humanos. Outro mandado foi cumprido em Jequié, tendo como alvo o procurador de Itamari.
Caso a medida cautelar não seja considerada satisfatória, eles podem ser presos. Ainda segundo a Polícia Federal, os servidores públicos envolvidos na investigação tentaram interferir nela, apresentando documentos falsos, ameaçando testemunhas e se recusando a apresentar documentos originais. Por conta dessa obstrução, a polícia não soube precisar o valor do desvio.
Os cinco envolvidos já prestaram depoimento à Polícia Federal e negaram terem cometido os crimes, de acordo com Rodrigo Kolbe. "Os professores e coordenadores (pedagógicos) já admitiram que não existia esse cumprimento (dos dias letivos) e que eles (os acusados) os forçavam a forjar a informação no diário de classe", conta o delegado.
Eles podem responder pelos crime de fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, crime de responsabilidade dos prefeitos, associação criminosa, falsificação de documento público, uso de documento falso, extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento e coação no curso do processo. As penas, se somadas, podem chegar a 20 anos de reclusão.  
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